domingo, 31 de março de 2013

Ponto final, próxima página...




Às vezes me pego a pensar a vida como um livro, ou um roteiro de filme, em que nós somos tanto escritores quanto personagens. A história não começa exatamente quando nascemos, mas sim quando começamos a fazer nossas primeiras escolhas. Nesse momento nos é entregue a responsabilidade de continuar a trama, rezando para que ela seja engraçada, interessante para os leitores e, é claro, que tenha um final feliz.

Não é de fácil escrita essa história. A cada nova escolha que fizemos milhões de consequências surgem pela frente e talvez elas não sejam coerentes com o que já foi escrito ou com o final que estamos imaginando. A coerência é fundamental, sem ela sua história perderá todo o respeito. Não sou de acompanhar novelas, mas me parece que é o que aconteceu com a tal "Salve Jorge", onde os alhos não conversam com os bugalhos e até o mais simplório telespectador percebe a falta de sentido...

Mas sigamos na nossa história! 

Cada período da vida é um capítulo, que se relaciona com o anterior e prepara o terreno para o próximo. O tempo da escola, as primeiras amizades que talvez irão conosco pelos próximos capítulos. Os primeiros amores e as primeiras decepções. A ida para a faculdade e o início da vida profissional. Relacionamentos mais sérios, projetos, responsabilidades. A cada final de capítulo uma lição aprendida que te torna maior e sua história mais completa.

Mas às vezes estamos tão envolvidos com a história do momento, do capítulo que esta sendo escrito, que esquecemos que a história precisa continuar e se desenvolver. Certos capítulos de nossa vida nos tomam mais tempo, nos intrigam e nos estagnam. Ficamos escrevendo, apagando, tentando de novo, reescrevendo. Quando paramos para pensar, estamos cansados, nossas folhas sujas e amassadas. 

Precisamos tomar uma decisão! - Droga, queria que esse personagem tivesse outro final...

Não é a toa que os contos de fada onde tudo da certo já não chamam a atenção de ninguém...

Sabíamos que a escrita dessa história não seria fácil, mas ninguém conta com seus momentos de dor. E se queremos ser fiéis ao objetivo de terminar com  o final feliz, há situações que alguns capítulos precisam ser encerrados, virar a página, e começar a reescrever a sua história com um novo começo. Um recomeço.

Mas e esse capítulo, o que fazer com ele? Simplesmente esquecê-lo? Não. Esse capítulo é uns dos mais importantes da nossa história e será fundamental para que os próximos que virão sejam escritos com mais segurança. Quando esse capítulo acontece aprendemos a nos reconhecer. Talvez ainda não seja claro o que queremos, mas ficou claro o que não queremos mais. Esse capítulo nos ensina a escrever melhor!

Em busca do final feliz às vezes precisamos desse recomeço. Se for o caso - ponto final, próxima página...

terça-feira, 26 de março de 2013

Poesia numa hora dessas...



IF

Rudyard Kipling

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too:
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don’t deal in lies,
Or being hated don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise;

If you can dream—and not make dreams your master;
If you can think—and not make thoughts your aim,
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same:
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build ’em up with worn-out tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss:
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: ‘Hold on!’

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with Kings—nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much:
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And—which is more—you’ll be a man, my son!

quarta-feira, 13 de março de 2013

O Problema do Pandas!

Calma ambientalistas, esse texto não é anti-pandas.

Sinceramente, eu não sou íntimo aos assuntos dos Pandas. Meu contato mais próximo com essa espécie de ursos é pelo filme "Kung Fu Panda", para mim um clássico. Mas Pandas despertam interesse, sobretudo em mulheres, ao redor do mundo. São como bichinhos de pelúcia, mas com vida!

Um animal adorável, que vive na China e que é muito dócil. Passa o tempo todo brincando como um bebê, mais parece uma bola pelos fazendo com que todos deitem a cabeça um pouquinho para o lado e suspirem - "que bonitinho!". Possivelmente se nas aulas sobre sexualidade utilizassem vídeos com Pandas no "ato" nenhum pai veria problema, pelo contrário, acharia lindo...

Mas isso não é possível, pois ninguém consegue fazer com que os Pandas perpetuem a espécie! Eles não tem o menor interesse sexual, ficam cansados só de pensar no esforço. Ficam lá deitados, rolando de um lado para o outro mascando bambu. Bambu que não possui os nutrientes necessários para alimentar um animal como o Panda. Lembremos: eles são URSOS!

Cientistas do mundo inteiro se dedicam à causa de manter os Pandas vivos, amparados pela legião de admiradores da espécie, o que torna essa raça um negócio muito lucrativo. Mas a verdade é que os Pandas, que deviam ser os principais interessados, não estão nem ai, não se ajudam nem um pouquinho.
 
E se os Pandas não estão nem ai, eu também estou nem aí para os Pandas, e não perderia meu precioso tempo refletindo sobre eles. O fato é que os Pandas me fizeram lembrar de todas as aquelas pessoas, que como esse ursinho, aprenderam a ser alimentados e cuidados e perderam a iniciativa sobre suas próprias vidas. Pessoas Pandas!

Tal qual os pandas, há pessoas que gostam de ser totalmente amparadas enquanto mascam suas folhas de bambu. E o pior é que há quem os alimente pois, afinal, eles são tão bonitinhos. Cria-se desculpas que justifiquem a falta de interesse, a falta de atitude. Talvez por isso que hoje em dia tenhamos cada vez mais adolescentes de 30 anos, ainda vivendo sob a proteção dos pais.

Eu sempre adorei ser alimentado, mimado, provido. Quem não gosta? Mas para minha sorte meus pais nunca foram muito bons em mimos ou em fazer minhas vontades. O resultado é que eu aprendi a levantar e correr atrás, atrás da minha sobrevivência. Não é fácil, todo dia é um esforço, mas esse esforço me faz forte e independente. 

É preciso aprender a conviver com as dificuldades da vida sem desanimar, sem correr para a saia da mãe. A melhor maneira de promover a maturidade é cortar o cordão umbilical imaginário. Deixar que cada um conviva e supere seus desafios, ser protagonista de sua própria vida. Um certo dia estaremos sozinhos e não haverá cientistas que se preocupem em nos alimentar, tão pouco em nos dar conforto. E ninguém sabe quando esse dia vai chegar, mas ele chega. Estejamos prontos!

Quem sabe também não funciona com os Pandas? Leave the Pandas alone!  Leave the kids alone!

Não adianta fazer essa cara amigo Panda... Te vira!