quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Saudade de que...



Desde de meus primeiros dias nessa terra tão distante tenho sido questionado a respeito de quem ou de que mais sinto saudade, do que tive que deixar para trás na longínqua Porto Alegre. Confesso que me surpreendi comigo mesmo quando ao buscar a resposta mais sincera para o tema saudade, não encontrei nada de óbvio, com aquelas saudades comuns: amigos, família, cachorro. Obviamente eu menti...

"I miss so much my family, my friends, my little dog..."

Não me julguem prematuramente como um ser frio, que abandona o lar que o acolheu e fez crescer mas depois segue a vida para o estrangeiro como se não houvesse passado. O problema é que faziam apenas alguns dias que eu partira de minha cidade e por isso mesmo sabia que ela estava apenas a algumas horinhas de distância. Tudo de Porto Alegre ainda estava muito vivo em mim. Além disso, havia tanto desafio na cidade nova que eu acabava de chegar que a minha cabeça estava suficientemente ocupada para que eu pensasse em saudade.

Passado um tempo, e já com saudades verdadeiras, tive a oportunidade de refletir honestamente do que eu mais sentia saudade. Por vezes quando nos afastamos de nossa casa - nosso porto seguro - nos encontramos chorando sem saber exatamente o porque. E é realmente difícil classificar a motivação dessas lágrimas... Saudade dos pais? talvez, mas eu acabei de falar com eles; Dos amigos? mas eles também se fazem presentes de tantas outras formas (a internet não permite abraçar, ainda, mas nos aproxima muito mais do que no passado)...

E pensando nisso encontrei que a saudade que sentia era de tudo aquilo que eu já não posso mais comprar uma passagem e voltar atrás...

Sinto saudade dos meus pais e minhas irmãs, mas sobretudo de quanto diariamente nos encontrávamos em volta da mesa. Lugares marcados, pai na ponta, mãe a direita com minha irmã mais velha ao lado, eu e a mais nova nos revessávamos à esquerda quem ficaria mais perto do pai. Lá almoçávamos, jantávamos, contávamos a vida, as vezes brigávamos, mas eramos família. Hoje continuamos família mas ninguém mais senta em volta daquela mesa, cada um teve que tomar o seu destino.

Tenho saudade do sentimento que os irmãos tem quando são pequenos: podemos brigar, mas estaremos para sempre juntos. Vivi isso em um episódio muito bonito da nossa infância quando nós três juntos deixamos uma festinha de aniversário após o aniversariante mimado xingar minha irmã menor (só porque ela tinha empurrado ele numa poça no dia anterior). Mas a vida adulta veio e com ela cresceram as nossas diferenças. Aprendemos que mesmo na fraternidade existem alguns limites.

Tenho uma saudade especial das minhas avós. De uma vez por mês saber que o final de semana seria na casa da vó Teca, que eu acordaria cedo para tomar mate com ela e meu pai, que teria pão com o melhor ovo frito do mundo. Saudade de atender o telefone diariamente para conversar os mesmos assuntos com a vó Helena, que após a minha formatura da faculdade ainda me perguntava como estava o colégio, e usava com sabedoria a descrença que todos tinham no seu entendimento para cuidar ao jeito dela da família. Já não tenho a vó Teca para visitar a sete anos, e a vó Helena não pode me ligar a três.

Gostaria de resumir a saudade que tenho dos meus amigos que cresceram comigo no mundo mágico a escola São Vicente Mártir a falta que faz jogar bola com o Pablo, e isso já não podemos fazer desde os 15 anos. Eram tempos que não existiam jogos "por brincadeira" mesmo que a bola fosse uma latinha amassada. Eu não precisava olhar, sabia que ao tocar a bola ele estaria lá, e não ficava reclamando de passe ruim, dava um jeito. Mas aí ele se mudou para Brasília, o Felipe Mi também enfrentou uma barra, todo mundo mudou de colégio, e a vida seguiu. O futebol nunca mais foi o mesmo para mim.

Cresci em um ambiente de saudosismo prévio. Meus pais viviam falando para aproveitar as avós pois um dia eu não as teria mais, e não é que eles estavam certos. Não poderiam me deixar melhor herança em vida, pois tenho a certeza que esse conselho me deixa hoje com uma saudade boa, leve. Assim como as outras saudades, tenho certeza que fiz naquele tempo tudo que poderia para aproveitar cada segundo. 

Hoje em dia compartilhamos saudades efêmeras, vazias e temporais. Como aquele amigo que viaja para longe para ficar postando que sente falta dos que ficaram, mas que quando esta perto não faz tanto esforço encontrá-los. Não julgando ninguém, mas não gostaria de ser um desses. Talvez alimentemos essas saudades passageiras pois perdemos a capacidade de cultivar relacionamentos mais profundos, e usamos essas "declarações" como uma bengala.

Tudo o que estou vivendo agora logo será passado, passará. Essa consciência nos faz, ou deveria fazer, viver o momento da forma mais plena possível, para que a saudade futura seja repleta de conforto, não de arrependimento. Penso que a chave seja olhar para tudo o que você vive hoje, e já começar a sentir saudade desde agora...

Já dizia Mario Quintana: "O tempo não para, só a saudade faz as coisas pararem no tempo".


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Diário de bordo: Mind the Gap...



Apesar de existirem mais de 8 milhões de Londrinos, Londres é conhecida por ser uma cidade de solitários. Talvez pelo jeito britânico de ser, talvez pelos dias chuvosos e cinzas, o fato é que as pessoas pouco se olham nos olhos e dificilmente conversam.

Fato curioso: sites de relacionamento são extremamente populares...

O engraçado dessa solidão compartilhada é que a cidade - como o organismo vivo que é - parece se preocupar com  cada um como se fosse um grande amigão de todos. Durante minhas primeiras semanas aqui, minhas únicas conversas em inglês "britânico" era com aquela voz camarada que me avisava quando descer do trem e que eu cuidasse para não esquecer nenhum dos meus pertences. Frequentemente eu conversava com a voz do trem, conversas bem interessantes ao meu ver.

Mas não fica só por aí. Quando você vai atravessar a rua, meio descuidado, olhando o celular, se depara com um aviso escrito no chão te avisando para olhar para o lado de onde os carros estão vindo. "Obrigado Londres, eu poderia ser atropelado!"... 

Todos os cuidados que a cidade tem com seus cidadãos e turistas são importantes, mas talvez o mais marcante (e o que certamente vende mais camisetas) é o famoso "Mind the Gap", escutado repetidamente a cada estação do metrô. Eu soube dele antes de pisar em solo inglês, quando um amigo usou essa expressão e traduziu para um abrasileirado "Te liga no vão!". Já em terras britânicas e passados alguns meses, aprendi que esse aviso tem muitos outros significados.

Um olhar simplista sobre o "mind the gap" diria que ele só nos lembra de prestar atenção no espaço entre a plataforma e o trem, afim de evitar acidentes. Entretanto, sabendo da personalidade plural dessa cidade, não consigo me contentar com essa explicação, e fico imaginando o que mais ela estaria tentando me dizer a cada vez que repete "mind the gap, mind the gap, mind the gap"...

Minha interpretação poética, mas realista, é que Londres tenta nos fazer lembrar de outros "gap's" da nossa vida, que não podem ser esquecidos e precisam ser preenchidos. Como aquele amigo preocupado que nos faz pensar honestamente sobre a coerência de nossas atitudes, Londres tem me dito para cuidar o vão entre o que eu falo e as ações que de fato eu tomo; o vão entre os meus sonhos e tudo que eu preciso ainda fazer para alcança-los; o vão entre o que todos acreditam como "vida perfeita" e aquilo que realmente me faz feliz.

Londres te deixa livre para listar os "gap's" de sua vida, que são diferentes de pessoa para pessoa, mas dia após dia a cidade insiste em te fazer refletir. Uma reflexão fundamental nessa terra que o tempo voa e que é tão fácil deixar o cotidiano sobrepor os teus sonhos... mas esse já é o tema para um outro post!



Para concluir, e como o inglês é um dos objetivos, andei escrevendo uns versinhos inspirado na resposta de um colega de trabalho a constante pergunta "Where are you from?". Ele respirou, pensou, e com sabedoria me respondeu "I'm from the same world of you!".


Poetry in english, simple as a beginner...


We are all the same


I've been walking around;

Learning and feeling more than I used to;
And after these weeks all that I found;
About people that's only one truth;
No matter what language you speak;
I'm from the same world of you.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Rótulos, rótulos, rótulos...

No meu último texto assumi minhas limitações de conhecimento nessa matéria - política - mas estou me permitindo voltar a escrever sobre isso pois os acontecimentos dessas ultimas semanas me demostraram que não sou só eu que conheço pouco. Pelo contrário, há quem conheça muito menos ou quase nada e não tem o menor pudor (ou vergonha) em criar verdades absolutas e compartilha-las aos quatro ventos.

Tentou-se evitar por um momento que os protestos - que nasceram genuinamente da população - se tornassem em manobras partidárias e campanhas eleitorais. Impossível, fato! É assim que o processo democrático se faz, por meio de partidos políticos, suas ideologias e seus simpatizantes. Mas o problema a meu ver é que dessa vez começamos a viver com mais de um ano de antecedência os rótulos, a propaganda e a violência típicas de períodos eleitorais. Essas que normalmente só servem para confundir ainda mais o pobre eleitor desinformado, sem educação, manipulável.

Em vídeo compartilhado por tantos nas redes sociais o vlogueiro e apresentador da MTV PC Siqueira define que os protestos são iniciativas de esquerda, e define esquerda e direita de uma maneira bem caricata, praticamente utilizando um anjinho para a esquerda e um diabinho para a direita. Não há problema nenhum em ele ser de esquerda e defender isso, o problema é que a internet fez dele um formador de opinião e os conceitos que ele apresentou são tendenciosos e falsos. Não é culpa dele na verdade, ele provavelmente teve aulas com professores que alimentavam essas visões míopes, esses rótulos, e assim ele construiu a sua opinião um tanto quanto viciada.

Em contrapartida poderia vir um vídeo de alguém de direita definindo a esquerda como "comedora de criancinhas", só para usar um exemplo bem absurdo (mas que já foi utilizado) ou utilizar dados negativos de governos de esquerda ao redor do mundo. O resultado seria uma caricatura mal feita que não ajudaria ninguém a formar opinião de fato.

Esquerda e Direita na verdade são, ou deveriam ser, representações da ideologia que cada corrente segue. No caso da esquerda seriam movimentos ligados aos ideais comunistas e/ ou socialistas, a classe trabalhadora, a igualdade social promovida por uma presença maior do estado. No caso da direita seriam movimentos ligados aos ideais capitalistas e/ ou liberalistas, que defendem a propriedade privada e que buscam a melhoria das condições de vida da sociedade como um todo por meio do desenvolvimento econômico e menor presença do estado.

As minhas definições foram rasas para ambos os lados, então não se sintam lesados, nem passem a me criticar por não estar metendo o pau em nenhuma, eu sei que existem argumentos para desqualificar qualquer uma delas.

O fato é que essas posições ideológicas deveriam ser representadas por partidos políticos, e no Brasil as ideologias só aparecem no discurso em épocas de campanha, nunca na prática. Talvez seja por isso que a presença de partidos políticos foi tanto rechaçada nos protestos. As bandeiras podem até simbolizar a ideologia daquele grupo de militantes que protesta, mas o partido em si não representa mais. Não quero ofender militantes do PT nem desmerece-los, a história política do partido foi importante para o Brasil e fomentou muitos sonhos, não é atoa que existiram tantos militantes fervorosos. O problema é que quando o Lula apoia o Collor - como bem pontuou o humorista Danilo Gentili - as ideologias do partido foram postas no lixo. Em outras palavras, vendeu-se a alma para o diabo. Pegando o exemplo do governo do estado do Rio Grande do Sul e o trato que ele dá as revindicações dos professores, seria esse mesmo o partido dos trabalhadores?

Para falar de partidos de direita, qual dos que se dizem de direita realmente promovem em seus governos uma melhor gestão de recursos e eficiência administrativa, reduziu a carga tributária sobre as empresas e principalmente os encargos trabalhistas? Esse era o discurso... PSDB só é de direita na opinião de um militante de esquerda, pois as ações deles enquanto governo não são.

Dito isso, vejo que o rótulo dos "Sem-partidos Fascistas" que esta sendo imposto aos protestantes que repudiaram a presença dos movimentos partidários que teoricamente são de esquerda, esta sendo mais uma visão míope do todo. O Brasil, principalmente os BRASILEIROS, não estão agindo a favor de um regime ditatorial e sem partidos políticos, como alguns estão interpretando. O Brasileiro esta tentando dizer:

- Eu não sou contra partidos políticos, eu sou contra ESSES (os atuais, todos) partidos políticos!

Além disso, fortalece essa decepção com os partidos, o fato de NENHUMA liderança política ter se posicionado, seja contra ou a favor, mesmo que fosse neutro, em relação os protestos. O povo foi as ruas no maior protesto da história do país e os que deveriam nos liderar simplesmente lavaram as mãos. Talvez estejam esperando para ver onde isso tudo vai dar para aí sim se comprometerem com algum lado.

No meio disso tudo o povo, seja de esquerda, direita, ou famoso "não sei/ não tenho opinião formada" das pesquisas, esqueceu suas pautas comuns e voltou a brigar ideologicamente.Um atraso na minha opinião para  o movimento e para os interesses do povo.

Gostaria de falar também sobre um outro rótulo que é usado normalmente para depreciar a outra parte em um debate, muitas vezes usado como sinônimo de direita capitalista: CLASSE MÉDIA. Ser de classe média não esta relacionado a posições ideológicas, por incrível que pareça. Quando escuto as críticas a classe média fico com a impressão que a pessoa que esta falando não reconheceu ainda o papel que ocupa na sociedade. Todos queremos um Brasil melhor, mas ninguém quer ser tornar classe média pois aí fica-se ignorante, alienado, passa-se a somente assistir e ler mídias de direita e blá, blá, blá....

Hoje a classe média brasileira, por definição econômica, representa mais de 50% da população brasileira, e quem foi as ruas protestar foi a classe média, e suas diferentes ideologias.  Não há problema em ser classe média, o problema é ser classe média ignorante, mas ai é outra história. Ideologicamente falando, o bolso não quer dizer muita coisa no Brasil. Tem muito rico comunista e pobre capitalista.

Por fim, o mais importante, DIREITA e ESQUERDA não são sinônimos de SITUAÇÃO e OPOSIÇÃO no governo, como algumas pessoas  acham. Quem ta governado é situação e quem não ta é oposição, independente da cor. E num regime democrático como o Brasil se diz ser, oposição é tão importante quanto situação. As divergências entre os dois fazem que cada parte da população seja representada. E cabe ao eleitor controlar e cobrar que essa representatividade seja exercida com coerência e honestidade.

Estou aberto para críticas e sinceramente espero ter ajudado de alguma forma. O Brasil só será grande quando aprender a fazer política verdadeiramente é deixar para trás todos esses rótulos que atrasam os debates.

Respeito é fundamental.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quem nos Representa?

Eu não tenho a pretensão de escrever um texto de cunho político. Tenho plena consciência que meus conhecimentos nessa área são pobres. Antes que alguém me acuse de alienado, digo que meus conhecimentos são pobres pois penso que o que temos acesso pela mídia é um apanhado de informações contraditórias que só alimentam as paixões dos seguidores de cada partido e por trás de toda essa fumaça é que as coisas realmente acontecem.

Mas apesar dessa minha ignorância assumida sobre o assunto, tenho pensado sobre o movimento que brada que "Fulaninho não me representa!", como se essa afirmativa fosse, mais ainda do que a expressão da contrariedade aos pensamentos do fulaninho, um protesto declarado, a versão atual da resistência jovem ao exemplo de "Diretas Já". E todo o movimento que ganha o apoio da classe artística passa a ter o sentimento de respaldo intelectual, pois os artistas são o que temos de intelectualidade ao acesso do povo... Que pena.

O fato é que não tem a menor importância se o fulaninho não te representa, e usar essa afirmativa é mais um "lavar as mãos" do que realmente se posicionar. Me faz lembrar quando éramos perguntados pelos mais velhos quem havia quebrado a janela e muitos simplesmente respondiam "não fui eu!". Mas quem foi?

Você pode achar o Fulaninho do momento o extremo do preconceito, e eu concordo, mas ele foi eleito, e ele esta representando um grupo de pessoas. O voto dessas pessoas vale tanto quanto o seu, o meu, e se isso te incomoda você tem sérias tendências ditatoriais. A democracia não é perfeita, mas é o que temos de menos pior. A pergunta que fica não é quem não te representa, mas...

Quem TE representa?

Infelizmente, ao olhar o cenário político atual, não consigo identificar ninguém com quem eu me sinta representado. Ninguém que seja coerente, honesto, busque a boa gestão dos recursos públicos para melhoria do Brasil como um todo. Os candidatos que votei na última eleição não se elegeram, mas não tenho certeza que eles me representariam. Esse é o nosso verdadeiro problema.

Gostaria muito de poder protestar de uma maneira diferente, dizendo "ESSE POLÍTICO AQUI ME REPRESENTA!", mas acho que ninguém hoje tem coragem de apontar seus políticos, pois estão todos sujos. 

Obs: Joaquim Barbosa nos representou, e nem ganhou tanto reconhecimento... Fica aqui meu muito obrigado Barbosa!






terça-feira, 9 de abril de 2013

Diário de Bordo - Para Inglês ver...

E se completaram os dois meses de Inglaterra e muitas coisas me aconteceram e com certeza me transformaram nesse tempo. Nem tudo são maravilhas, mas também nem tudo é desespero... Tudo é uma escola!

Bom, para começar gostaria de falar que hoje entendo perfeitamente quem não conseguiu se adaptar a uma experiência no exterior, ainda mais quando esteve sozinho nessa experiência. Quando estamos apenas viajando, todas as novidades são interessantes, você come e bebe coisas diferentes e adora, tira fotos com pessoas, coisas, lugares e posta tudo no facebook como você fosse a pessoa mais feliz do mundo. Mas na vida real não somos tão felizes assim e chega uma hora que você tem que fazer a transição e voltar a ser um pacato cidadão, e isso não é tão fácil quando tudo a sua volta é totalmente diferente.

Diferente como? A água é molhada, o Mac Donalds é a mesma porcaria, os ônibus param quando você estica o braço... Isso tudo é parecido. Mas as pessoas se falam muito pouco, apenas o essencial, e olhe lá. E isso faz muita diferença. Colegas de trabalho são apenas colegas de trabalho. Amigos é outra coisa!  

Nas vezes que viajei pelo Brasil em poucos dias fiz grandes amigos. Em apenas dois dias em Olinda eu conheci um grupo fantástico de brasileiros de todos os cantos e mantemos contato ativamente pelo facebook. Aqui a coisa não funciona assim.

Um agravante, que eu fui alertado ainda no Brasil, é o clima. Dias de sol são raros, predomina o cinza e chuva. Você não nota, mas esse cinza vai modificando aos poucos o teu humor e após algumas semanas você se encontra sem vontade de sair de casa. Como bom gaúcho nada humilde que sou, me gabei nos primeiros dias de termos frio tão rigoroso quanto o que encontrei aqui. Enquanto outros brasileiros reclamavam eu bradava "Sou gaúcho!". Mas não há gaúcho que aguente 3 meses de frio, neve, cinza. Uma hora você não aguenta mais!

Aí você acorda um dia com sol! - Finalmente o inverno acabou! Bem vinda Primavera... 
No outro dia você olha para a janela e esta nevando de novo! Fuck!

E para completar a parte ruim da história, tudo aqui é muito caro. Eu sei que "quem converte não se diverte" mas é fácil falar isso quando você é milionário, que infelizmente não é meu caso. Aqui você faz as compras pensando exatamente no que você vai comer a cada dia da semana para fazer "render". PROMOÇÃO DO LEITE! Nem gosto, mas vou comprar porque da "sustança". No fim das contas o que era para ser "Curtindo a vida adoidado!" vira "No limite" ou "Survivor".

Exite vários outros pontos negativos e muitos deixam-se levar por eles. Não os culpo, mas para mim, pior que ficar triste aqui, seria deixar essa tristeza me vencer. Fiquei triste em alguns momentos, mas hoje já consigo ver o lado engraçado disso tudo, e não perderei os ensinamentos. Aprendi o que é auto-motivação, resiliência e principalmente, aprendi a cozinhar, bem!

E tenho muitas partes boas para contar, mas uma que me deixa muito feliz é que eu sempre sonhei em ser uma mosquinha para poder entrar nas salas das principais universidades do mundo e assistir uma aula, só para ver como é, e hoje eu sou uma mosquinha. Vou gratuitamente aos eventos da London Business School e da London School of Economics. E realmente, É MUITO LEGAL. 

Troco os barris de cerveja, garrafas e recolho copos em um dos pubs mais movimentados aqui de Londres. Serei um bebum mais consciente e respeitarei quando o bar fechar, pois agora entendo o outro lado do balcão. Essa experiência de trabalho me rende algumas histórias e como o objetivo primeiro é o Inglês,    let's practice!

Last saturday, late in the night, I was collecting some glasses and cleaning the table for  group of guys around the thirties. There was a fat one and when I was near to him I felt the worst smell that I have ever felt in my life... And he asked me:

Fat guy - Hey Man, did you fart?
Leo - No, I didn't!
Fat guy - No problem, must be me...

The question is: WHY PEOPLE FART IN THE PARTIES HERE?


Parece uma cabine telefônica mas na verdade é uma máquina do tempo...



domingo, 31 de março de 2013

Ponto final, próxima página...




Às vezes me pego a pensar a vida como um livro, ou um roteiro de filme, em que nós somos tanto escritores quanto personagens. A história não começa exatamente quando nascemos, mas sim quando começamos a fazer nossas primeiras escolhas. Nesse momento nos é entregue a responsabilidade de continuar a trama, rezando para que ela seja engraçada, interessante para os leitores e, é claro, que tenha um final feliz.

Não é de fácil escrita essa história. A cada nova escolha que fizemos milhões de consequências surgem pela frente e talvez elas não sejam coerentes com o que já foi escrito ou com o final que estamos imaginando. A coerência é fundamental, sem ela sua história perderá todo o respeito. Não sou de acompanhar novelas, mas me parece que é o que aconteceu com a tal "Salve Jorge", onde os alhos não conversam com os bugalhos e até o mais simplório telespectador percebe a falta de sentido...

Mas sigamos na nossa história! 

Cada período da vida é um capítulo, que se relaciona com o anterior e prepara o terreno para o próximo. O tempo da escola, as primeiras amizades que talvez irão conosco pelos próximos capítulos. Os primeiros amores e as primeiras decepções. A ida para a faculdade e o início da vida profissional. Relacionamentos mais sérios, projetos, responsabilidades. A cada final de capítulo uma lição aprendida que te torna maior e sua história mais completa.

Mas às vezes estamos tão envolvidos com a história do momento, do capítulo que esta sendo escrito, que esquecemos que a história precisa continuar e se desenvolver. Certos capítulos de nossa vida nos tomam mais tempo, nos intrigam e nos estagnam. Ficamos escrevendo, apagando, tentando de novo, reescrevendo. Quando paramos para pensar, estamos cansados, nossas folhas sujas e amassadas. 

Precisamos tomar uma decisão! - Droga, queria que esse personagem tivesse outro final...

Não é a toa que os contos de fada onde tudo da certo já não chamam a atenção de ninguém...

Sabíamos que a escrita dessa história não seria fácil, mas ninguém conta com seus momentos de dor. E se queremos ser fiéis ao objetivo de terminar com  o final feliz, há situações que alguns capítulos precisam ser encerrados, virar a página, e começar a reescrever a sua história com um novo começo. Um recomeço.

Mas e esse capítulo, o que fazer com ele? Simplesmente esquecê-lo? Não. Esse capítulo é uns dos mais importantes da nossa história e será fundamental para que os próximos que virão sejam escritos com mais segurança. Quando esse capítulo acontece aprendemos a nos reconhecer. Talvez ainda não seja claro o que queremos, mas ficou claro o que não queremos mais. Esse capítulo nos ensina a escrever melhor!

Em busca do final feliz às vezes precisamos desse recomeço. Se for o caso - ponto final, próxima página...

terça-feira, 26 de março de 2013

Poesia numa hora dessas...



IF

Rudyard Kipling

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too:
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don’t deal in lies,
Or being hated don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise;

If you can dream—and not make dreams your master;
If you can think—and not make thoughts your aim,
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same:
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build ’em up with worn-out tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss:
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: ‘Hold on!’

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with Kings—nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much:
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And—which is more—you’ll be a man, my son!

quarta-feira, 13 de março de 2013

O Problema do Pandas!

Calma ambientalistas, esse texto não é anti-pandas.

Sinceramente, eu não sou íntimo aos assuntos dos Pandas. Meu contato mais próximo com essa espécie de ursos é pelo filme "Kung Fu Panda", para mim um clássico. Mas Pandas despertam interesse, sobretudo em mulheres, ao redor do mundo. São como bichinhos de pelúcia, mas com vida!

Um animal adorável, que vive na China e que é muito dócil. Passa o tempo todo brincando como um bebê, mais parece uma bola pelos fazendo com que todos deitem a cabeça um pouquinho para o lado e suspirem - "que bonitinho!". Possivelmente se nas aulas sobre sexualidade utilizassem vídeos com Pandas no "ato" nenhum pai veria problema, pelo contrário, acharia lindo...

Mas isso não é possível, pois ninguém consegue fazer com que os Pandas perpetuem a espécie! Eles não tem o menor interesse sexual, ficam cansados só de pensar no esforço. Ficam lá deitados, rolando de um lado para o outro mascando bambu. Bambu que não possui os nutrientes necessários para alimentar um animal como o Panda. Lembremos: eles são URSOS!

Cientistas do mundo inteiro se dedicam à causa de manter os Pandas vivos, amparados pela legião de admiradores da espécie, o que torna essa raça um negócio muito lucrativo. Mas a verdade é que os Pandas, que deviam ser os principais interessados, não estão nem ai, não se ajudam nem um pouquinho.
 
E se os Pandas não estão nem ai, eu também estou nem aí para os Pandas, e não perderia meu precioso tempo refletindo sobre eles. O fato é que os Pandas me fizeram lembrar de todas as aquelas pessoas, que como esse ursinho, aprenderam a ser alimentados e cuidados e perderam a iniciativa sobre suas próprias vidas. Pessoas Pandas!

Tal qual os pandas, há pessoas que gostam de ser totalmente amparadas enquanto mascam suas folhas de bambu. E o pior é que há quem os alimente pois, afinal, eles são tão bonitinhos. Cria-se desculpas que justifiquem a falta de interesse, a falta de atitude. Talvez por isso que hoje em dia tenhamos cada vez mais adolescentes de 30 anos, ainda vivendo sob a proteção dos pais.

Eu sempre adorei ser alimentado, mimado, provido. Quem não gosta? Mas para minha sorte meus pais nunca foram muito bons em mimos ou em fazer minhas vontades. O resultado é que eu aprendi a levantar e correr atrás, atrás da minha sobrevivência. Não é fácil, todo dia é um esforço, mas esse esforço me faz forte e independente. 

É preciso aprender a conviver com as dificuldades da vida sem desanimar, sem correr para a saia da mãe. A melhor maneira de promover a maturidade é cortar o cordão umbilical imaginário. Deixar que cada um conviva e supere seus desafios, ser protagonista de sua própria vida. Um certo dia estaremos sozinhos e não haverá cientistas que se preocupem em nos alimentar, tão pouco em nos dar conforto. E ninguém sabe quando esse dia vai chegar, mas ele chega. Estejamos prontos!

Quem sabe também não funciona com os Pandas? Leave the Pandas alone!  Leave the kids alone!

Não adianta fazer essa cara amigo Panda... Te vira!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Deixe a Surpresa entrar...


Um encontro no acaso, uma conversa sem pretensões, alguém que você nunca imaginaria te fazendo sorrir. Quando boas surpresas como essas acontecem em nossas vidas, elas arrebatam nossa atenção e nos transformam oportunamente.

Além do brilho da surpresa, ela vem cheia de charme, sintonia, mistério, e diria até com mais paixão do que os encontros marcados, teoricamente adequados. A surpresa tem como vantagem o fato de não haverem expectativas prévias, ou se existem expectativas elas não são ligadas ao novo, que vem e supera tudo que poderia ser imaginado. A surpresa não decepciona ninguém.

Tanto escuto que o problema dos relacionamentos são as expectativas, que elas só servem para estragar o momento final. Casais atrasam a aproximação sentimental mais profunda, pois ela gerará expectativas, e expectativas historicamente geram frustrações. Sem elas é tão menos arriscado, definem! E assim tocam a vida, fingindo não haver expectativas ou sentimentos...

Alguém que sofreu muito inventou que o oposto da surpresa, que é boa, é a expectativa, que é ruim. Logo, evitando a expectativa evita-se a decepção. Esse alguém deve estar sozinho até hoje, sem ser surpreendido pelas esquinas da vida.

Ao dizer NÃO para cada possibilidade de expectativa em nossa vida, afastamos a graça da surpresa. A condição primeira para ser surpreendido é aprender a dizer SIM. SIM! Aprender a dizer sim em silêncio, para si mesmo, aprender a se permitir. 

Você irá se expor mais, correrá riscos, mas saiba que estará indo ao encontro do novo, que te renovará. A surpresa só aparece para quem deixa a porta aberta. Deixe ela entrar...



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Diário de Bordo - Life is the Hardest Test!

Já se passaram 13 dias que estou em Londres e tenho muitas pequenas histórias que gostaria de compartilhar, mas vou tentar resumir tudo em pequenos pensamentos que tive no meio disso tudo.

Esses dias, numa das tantas vezes que meus amigos veem falar comigo nos chats da vida sobre como estão as coisas aqui, normalmente com perguntas repetidas como  "como estão as coisas aí?", "Onde tu está agora?", "Já foi no Big Ben?", "Já tirou foto com a Rainha?", um amigo me veio com uma que merece destaque:

Amigo: E aí, ELES FALAM EM INGLÊS O TEMPO TODO?

Pensei: Será que ele perguntou isso mesmo?

Após alguns segundos de reflexão respondi "Olha, não sei se o tempo todo, mas quando falam comigo é sempre em Inglês!".

Essa pergunta (bizarra) me fez lembrar dos tempos de escola e de cursinho de inglês quando reclamávamos para nossos pais que a aula de inglês era muito difícil, a professora não falava português, aquela bruxa! Lembro que eu não queria passar de nível no curso de inglês pois sabia que cada vez ficaria mais difícil. Mas estávamos completamente enganados, quanto mais difícil fosse nossas aulas de inglês, mais fácil seria a vida aqui fora. E quando digo aqui fora não me refiro a fora do Brasil, mas na vida real, no ambiente de trabalho, na vida adulta.

A língua inglesa é a língua universal, felizmente para uns, infelizmente para outros. Por vários motivos históricos ela se consolidou como a linguagem que os povos fazem seus negócios, trocam referências culturais, religiosas, históricas. Por meio dela que os povos se ENTENDEM.

Hoje percebo como as notas altas que eu obtinha nas provas de inglês eram enganosas e se pudesse voltar no tempo pediria para minhas professoras apenas uma coisa: Please, make my life difficult now, and it will be easier on the future.

Agora, já que o objetivo é o inglês, let's practice!


Keep Calm and Drink Chimarrão.

Let me tell you a real history. The winter in London is really cold, but not more than in my loved Porto Alegre. So, I brought to London something to get warm in this cold days. Of course I'm talking about "Chimarrão".

In my first day walking around with my chimarrão, like if it was as commun as the british 5 o'clock tea, a old man stoped me on the street and started to talk:


Old Man: Oh, what a interesting drink! What is that?

Leo: Oh, it's a kind tea from my country. It is a warming and a estimulating drink, and it's very common to see people drinking this on the streets there.

Old Man: How nice! And what is this (Cuia) made of? Is it made of wood?

Leo: No, It looks like wood but actually It is made of PORONGO!

How can I translate "porongo"?




Gaúcho que é Gaúcho dorme na geada e acorda suado!




terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Diário de Bordo - Chegada a Londres...

Cheguei! Cheguei! Cheguei! 


Bom, tenho algumas historinhas que poderia contar sobre a viagem até aqui, mas quero começar por uma que traduz o momento que eu estou vivendo, e que sou imensamente grato a Deus...

Acontece que eu tive uma despedida surpresa, organizada com todo o cuidado e carinho pela minha namorada. E, pela primeira vez, alguém conseguiu me surpreender realmente... foi um dos momentos mais especiais que já vivi. E nessa despedida surpresa tinha uma caixinha para que meus amigos deixassem suas mensagens para que eu lesse somente quando eu chegasse em Londres. É óbvio que eu ia abrir a caixinha e ler antes do tempo!

A Adri me fez prometer que eu leria somente depois de ir, e eu aceitei colocando a condição que levaria na bagagem de mão para ler assim que entrasse no primeiro voo, até o Rio (foram 3 voos). E o que me aconteceu? Perdi a chave do cadeado que fechava a parte da mochila onde estava a caixa com as mensagens...

Mas eu não me dei por vencido, no aeroporto do Rio corri atrás de quem tivesse algo que abrisse, cortasse, quebrasse aquele cadeado, e nada. Carioca é carioca né... fui com a mochila assim para Roma. No caminho eu descobri que gosto de crianças, menos as italianas. Choro de criança em italiano é para acabar com a paciência de qualquer um, e eu aguentei por DEZ longas horas.

No aeroporto de Roma aprendi a parlar italiano e pedi ajuda para quebrar aquele cadeado, mas nem a polícia tava interessada em abrir a minha mochila. O policial italiano me fez mil perguntas repetidas mas não revistou a mochila, no final eu até sugeri "Não gostaria de ver o que tem dentro da mochila, precisaria que você abrisse o cadeado!" e ele disse que não era necessário.

O fato é que só consegui abri o cadeado em Londres com a ajuda de um simpático indiano e de uma policial bem bacana, e nessas horas eu já queria abrir o cadeado para pegar um casaco... 

Bom, finalmente eu abri a mochila e li as mensagens, ali mesmo no saguão no aeroporto... na hora certa, no lugar certo, onde tudo fez mais sentido e eu pude absorver cada sentimento que estava nas mensagens. Trouxe comigo em uma pequena caixinha a energia que me será necessária nos momentos que estarei mais sozinho... Talvez por isso que aquela mochila estava tão pesada!


Agora, já que o objetivo primeiro é desenvolver o inglês, let's practice!

I discovered important things in this firsts 2 days. First off all, my nose isn't that big in Italy, in Italy he looks normal. So, in the next time someone tell me something about my big nose I'll answer that he isn't big, he is Italian, it's sound more european.

Second important discovered is the difference between subway and train. When I finished to read the messages, I went to the underground (subway) to start the journey for the hostel. I needed to buy a ticket for the transport and, how I'm very smart, I bought for a week, which is cheapest. But I had to choose two options of card (oyster) - travelcard or bus and train... And I asked for the british man how is there to help peOple like me...

Leo - What's the diference between travelcard and the "bus and train" card?
British - travelcard you can use the underground!
Leo - But the other card is not "bus AND TRAIN"?
British - TRAIN ISN'T SUBWAY,  GODDAMNED! YOU DON'T KNOW THE DIFFERENCE? WHERE DO YOU FROM?

Leo - ARGENTINA!




sábado, 26 de janeiro de 2013

Justificativas, Preparativos e Sonhos



Se existe alguém que lê este blog e se sentiu abandonado nessas últimas semanas, de coração, minhas desculpas. Em minha defesa apresento três fortes justificativas;

1. É bem difícil manter um blog, ainda mais quando esta atividade é não remunerada. Além da criatividade, que até não anda em falta, requer muita disciplina. Eu não sou um indisciplinado, mas recentemente algumas outras tarefas ocuparam o tempo que eu dedicava ao hábito de escrever e ao blog.
2. Uma dessas coisas que tomou meu tempo, a mais agradável de todas na verdade, foi que eu conheci uma moça que vem me fazendo bem feliz. Conheci num momento e lugar oportuno, percebemos um no outro esperança, e resolvemos dar chance para nós mesmos. E o melhor foi que tudo foi natural, e vem crescendo a cada dia. Aprendi uma coisa importante com esse encontro: "Não nos conformemos com a nossa infelicidade, uma vida mais feliz vale todo o risco!"
3. Como já comentei no início desse blog, vou viajar para Londres e ficarei por lá por no mínimo 6 meses. Quando comecei o blog faltava 3 meses para a viagem e agora falta só uma semana. Essa proximidade com a viagem e as pendências que existem andam me ocupando...

A verdade é que eu não deixei pendência nenhuma (acho) mas a sensação de ter pendências tem me acompanhado. Nesses últimos momentos de preparativos as "pendências" que vem a tona são muito mais sentimentais. Aqueles amigos que não tenho conseguido dar toda atenção, briguinhas familiares que talvez não de tempo de pedir desculpa e perdoar verdadeiramente, pessoas que conhecei recentemente e gostaria de ter mais momentos junto.

Mas o fato é que essa viagem que inicialmente era mais pela experiência de vida, aperfeiçoar o inglês e curtir, tomou outras proporções. Quando comecei a planejá-la alguns me disseram que seria fuga dos problemas, que eu estava perdido. Respondia que não estava perdido, mas estava em busca. E, sinceramente, acho que me encontrei antes mesmo de partir para lá... 

Nesse último mês me dei o direito de sonhar novamente e nesses novos projetos, e principalmente nessa nova companhia, encontrei os motivos que me levarão a novas ações de vida. Minhas novas motivações. Essa viagem agora faz parte de um projeto de vida maior que tem como objetivo principal buscar viver toda a felicidade que a vida possa me trazer.

Para isso, terei que percorrer um caminho de dificuldades, dedicação, escolhas. Essas pedras que tornarão o final do caminho uma vitória, que justificarão toda a felicidade. Estou recomeçando a caminhar.

Ah, vou viajar namorando...